Neste mês falaremos um pouco sobre a comunicação não-violenta e algumas distinções sutis que a CNV faz e que merecem atenção.
A comunicação não-violenta (CNV)
é uma técnica de comunicação desenvolvida por Marshall Rosenberg que pode
ajudar qualquer pessoa, mesmo em situações de conflito, a se comunicar de modo
mais eficaz.
Baseia-se no pressuposto de que
todos os seres humanos são capazes de sentir compaixão e empatia e que as
pessoas só recorrem à violência quando não reconhecem estratégias mais eficazes
para atender às necessidades.
Nesse processo, podemos seguir
alguns passos que nos ajudam a ter conversas menos agressivas:
Observações X Avaliações
Uma observação
é algo que você realmente viu ou ouviu no passado. Pense nisso como uma
informação bruta. Nossos cérebros são programados para receber informações
brutas e instantaneamente criar histórias simples que são avaliações e muito
difíceis de separar das observações. Por exemplo:
Observação:
‘Você chegou dez minutos atrasado para a reunião desta manhã’.
Avaliação:
‘Você está sempre atrasado’. (Uma generalização)
Portanto,
observe e evite pré-julgamentos.
Emoções X Pensamentos
Esteja ciente
de que comunicar nossas emoções tem um impacto poderoso sobre as outras
pessoas. Quando uma conversa difícil é necessária, as pessoas costumam dizer como
se sentem (assustadas, incomodadas, ansiosas, confusas, envergonhadas,
machucadas, tristes, cansadas etc.). Essas palavras são importantes porque,
muitas vezes, o que vem depois de 'Eu sinto' não é uma emoção - é um
pensamento. Por exemplo:
Pensei: ‘Sinto
que você não está levando isso a sério’.
Emoção: ‘Eu me
sinto frustrado’.
Portanto, expresse
seus pontos vulneráveis caso se sinta confortável.
Necessidades Universais
X Estratégias
De acordo com a
CNV todos os seres humanos compartilham as mesmas necessidades universais e que
por trás de cada emoção negativa está uma necessidade universal não satisfeita.
Por exemplo, se um determinado comentário em uma reunião o deixou envergonhado,
você pode perceber que se sentiu envergonhado porque sua necessidade de
consideração não estava sendo atendida.
O
emparelhamento de emoções com necessidades universais tem um efeito transformador
em conversas difíceis. Por exemplo:
Estratégia:
‘Preciso que você me copie em todos os e-mails’.
Necessidade
universal: ‘Preciso de alguma transparência’.
Aqui está outro
exemplo:
Estratégia:
‘Preciso do seu apoio’.
Necessidade universal:
‘Preciso de suporte’.
Sendo assim, ao
identificar suas necessidades universais será muito mais fácil identificar
novas estratégias que atendam às necessidades universais de todos.
Solicitações X Demandas
Qual é a
diferença entre uma solicitação e uma demanda? Ambas são estratégias que
atenderiam a uma necessidade não atendida. Mas, ao contrário das demandas, por
meio de uma solicitação específica, ligada a ações concretas, é possível deixar
claro o que se quer da outra pessoa.
No próximo mês
falaremos dos três princípios que podem ajudá-lo a fazer solicitações claras.
Sucesso!